sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Chá maluco de desaniversário

Coisas do Chapeleiro Maluco, um dos personagens malucos do livro Aventuras de Alice nos País das Maravilhas. Achei bacanérrimo e, conforme prometi, fui atrás da mais nova versão feita por Jorge Furtado.
De cara, uma decepção! Não tinha nenhuma linhazinha que falasse sobre o “chá maluco de desaniversário”. Mas, fuçando daqui e dali, descobri que isso não era bem um furo. A história da menininha aventureira já deve ter tido tantas versões quanto a Bíblia, tamanho é o sucesso dessa obra literária! E como quem conta um conto aumenta um ponto, com essa história também não foi diferente. Cada escritor deu um toque pessoal naquela parte em que o Chapeleiro diz que o Tempo não se perde, como se ele fosse uma coisa. Ele é… não vou contar! Essa parte eu não conto de jeito nenhum.

O livro é uma viagem

Não existe droga que dê uma onda tão maneira, tenho certeza! Numa linguagem fácil e descontraída, nada é nonsense! Aquelas metáforas dão vazão à criança que sempre existirá dentro de nós, mesmo que nos transformemos em uma carcaça ambulante que vai morrer, não quer morrer – resiste.
Fica claro mais do que nunca que o melhor escape é sonhar! Quem perder essa capacidade, já era e nem percebeu! Sonhos malucos ou não, que sejam concretos! Viver é brincar com a imaginação, tornar um dia tedioso no maior barato! E é sonhando que a história da Alice começa e é assim que a de todos nós deve continuar. O sonho de ninguém pode acabar, principalmente quando acordamos.

Como Lucy in the Sky with Diamonds

“Ave-Maria cheia de graça, é ela a menina que vem e que passa, no doce de leite a caminho do mar. Santa Maria, Pinta e Nina, se essa rua fosse minha, vamos todos cirandar. Minha terra tem palmeiras, botafogo e laranjeiras, patos, mirim e mangueira, onde canta um sabiá”
Hahaha… Neguinho estava realmente inspirado!
É essa loucura que dá sabor à vida, um sentido a mais ao que parece não ter sentido algum. A fantasia, o mistério vai além do que se vê e não tem nada a ver, necessariamente, com surtos psicodélicos. A coisa é mais saudável do que se imagina. Como diz meu parceiro queridíssimo, é só paz, amor e um pouquinho de molecagem!

Onde mais poderia existir….

… uma Rainha de Copas que vive berrando a plenos pulmões com voz esganiçada Cortem-lhe a cabeça!, condenando seus súditos à execução por qualquer coisinha, mesmo não sendo de nada? Ela é apenas muuuuuito engraçada! O Grifo é quem sabe. Na verdade, lá quem manda é o Rei, que vem sempre atrás perdoando todo mundo!
Aliás, o Rei só não perdoou o Gato Querri, que como todo gato é cheio de personalidade e ainda ficava invisível, deixando por último um sorriso suspenso no ar até desaparecer totalmente. Como cortar a cabeça do bichano, se não existe corpo? O Carrasco nunca tinha feito uma coisa dessas e o Rei argumentava que tudo que tinha cabeça podia perder a cabeça. O problema mesmo era achar o Gato Querri. Hahaha…


Onde mais poderia existir também aulas de Portosseco, Martemática e também as 4 operações Maritiméticas: Ondição, Submersão, Multinatação e Diversão? Sem esquecer da Educação Química, Chuvória antiga e moderna, Geomarinha, Algas Práticas de Desenho e Fundura a Óleo? Hahaha..

Por fim…

Atire a primeira pedra quem nunca falou sozinho, quem nunca teve um sonho maluco, ou viveu maluquices. Assim como os personagens dessa história, somos um bando de malucos belezas à la Raul Seixas!
Que um dia o nosso mundo real seja tão maluco quanto o País das Maravilhas!!!
“Ouviram das pitangas, bergamota
Eu vi a tua vó virar cambota
Em cima de uma lata de compota
Eu vi a tua vó de cara torta”

“Gigante é aquela sobremesa!
Mas não pode comer antes do almoço!
É claro que eu espero, com certeza!
Torta adorada!

Entre outras mil, és tu pra mim
Caramelada!
Com fio-de-ovos, creme, chantilly
Torta de abacaxi!”
Coisas nossas, que se identifica muito com essas maluquices e nem se importa se existe porquê para o urubu parecer com uma escrivaninha.